Tanto Brian Joseph Burton quanto James Mercer, juntos ou separados, sempre se circularam pelo mainstream por trás de um véu de cinismo ou diferenciação estética, o que parece aos poucos mudar a chegada do segundo álbum do Broken Bells. Ainda os cães viralata invadindo o baile, não se engane, a dupla descomplica psicoledia do primeiro álbum do projeto e parece propor uma versão mais direta para seu som inegavelmente pop, o que fica explícito na grooveada “After The Disco”.

Na faixa, Mercer insiste no truque de se imaginar Marvin Gaye (como na outra desse disco, “Holding On To Life”) e apenas desliza pela pista de dança iluminada criada por Danger Mouse com a malemolência branca de um Gibb. Ainda que conservadora, a produção guarda aguçada noção de espacialidade Burton, que alinha todos os elementos principais – o baixo pesado, os teclados melodiosos, o vocal adocicado de Mercer – em equidistância. No fim das contas, nessa discoteca imaginada pelo Broken Bells, há espaço de sobra tanto para quem quer dançar, quanto para quem quer só ouvir.