Curumin | Selvage

Num ano em que o jogo deve ser marcado pela discussão do que seria o tal “pop brasileiro” – Criolo, Gaby, Thiaguinho, Emicida, Paula Fernandes, Gusttavo Lima, Cláudia Leitte, Ivete, Tulipa, Luan e Teló, tantos estão diretamente envolvidos nisso – Curumin funciona como uma espécie de coringa. Ele pode muito passar despercebido pela massa como aconteceu em 2008, mas também, indo na cola dos seus contatos, pode virar o nome da vez.

Seja como for, “Selvage” mostra que Curumin está proto para qualquer cenário. Como “Compacto”, a música de trabalho de “Arrocha” é daquelas que são fáceis demais de subjulgar – e é aí que reside sua genialidade. De toda sua geração, Curumin sempre foi o mais direto, sem conversinha mole, nem nenhum soar-como. “Selvage” segue esse mesmo caminho e é basicamente uma batida deliciosa quase em loop pontuada pelo vocal cada dia mais no tom do próprio Luciano. Se Ed Motta tomasse cerveja da Ambev ao invés de vinho tinto francês, sua “Colombina” provavelmente seria tão selvagem quanto essa.

Se ainda é difícil imaginar isso invadindo o dial brasileiro (e não é como se houvesse alguém investindo em “marketing” nesse caso), é possível ver “Selvage” como um crossover hit tipo “Felicidade” do Jeneci ou “Subirusdoistiozin” do Criolo: você pode até tentar guardar esse refrão como se fosse seu, mas não seja idiota de imaginar que essa diversão toda vá ficar só para você.