Djavan é um dos ícones que não possuem total reconhecimento por culpa de suas peças de maior grau de exposição. São incontáveis e todos sabemos cantar. Um dos pontos mais negativos desse racha é eclipse que se faz em cima de obras recentes de Djavan.

“Maledeto” não é melhor que a sensacional e obscura “Lugar Comum”, de 2001 (ouça imediatamente), mas é uma introdução para quem analisa todo o escopo de canção de Djavan a partir de peças como “Meu Bem Querer”. A faixa é um bônus na versão ao vivo do último disco de estúdio do alagoano, “Rua Dos Amores” — em 2012, Cesar Marcio descreveu com precisão como se engendra a produção atual de Djavan — e serve bastante para “Maledeto”.

De qualquer modo, é bom frisar que são peças menores perto de grandes canções que Djavan já deu luz — e que iluminaram não só sua própria carreira, mas também a força da música popular adulta brasileira como um todo. O mais importante em “Maledeto” é a insistência em uma linguagem que tropeça tal qual o eu lírico. Rivalizando com o outro que insiste em permanecer por perto, Djavan emenda frases de pouco uso no pop-rock contemporâneo e, ao mesmo tempo, soa urbano de uma forma surpreendentemente incômoda. Mas, “Lugar Comum”, creio, vai te conquistar mais.