Pela quantidade de barulho ao redor de Lana Del Rey, é quase uma surpresa perceber que, quase 3 anos depois, a cantora tenha se tornado uma popstar de primeiro escalação, com vendas na casa dos milhões, single no Top 10 da Billboard e milhares de fãs à sua espera num festival do tamanho do Coachella. Não há mais argumentação possível: goste você ou não, Lana chegou lá. O que faz de “West Coast” um tanto mais importante. Ainda que Lana não tenha sumido de vista por um minuto – “Tropico”, o filme que encerra a fase “Born To Die”, foi lançado há menos de 6 meses – a música é a primeira amostra do virá em “Ultraviolence”, o segundo disco “para valer” da cantora.

A faixa é produzida por Dan Auerbach do The Black Keys, algo que se ouve logo de cara. Se a parceria é surpreendente pelo fato de Auerbach ter criticado Lana anteriormente, Dan & Lana é um casamento perfeito. Mesmo em universos diferentes, ambos trabalham com a mesma premissa: soar vintage sem soar envelhecido, como se o tempo fosse um círculo, e não uma linha reta. A mão do produtor em “West Coast” é decisiva, limpando a névoa que pairava sobre as canções de “Born to Die”, deixando a voz sussurrada de Lana flanar pela crueza dos outros instrumentos. O resultado é que o drama, tão presente nas composições da moça, parece mais real do que nunca, mesmo que “West Coast” não tenha o charme de uma “Video Games” ou mesmo de uma “Ride”.