O Grammy acabou de anunciar seus indicados para a edição 2013 e, para surpresa de poucos, Frank Ocean está indicado a quase tudo que ele poderia ser indicado, incluindo a trinca de ouro: Álbum do Ano, Gravação do Ano e Melhor Novo Artista. Ele ainda concorre em uma categoria sozinho (Melhor Álbum de Urban Contemporâneo) e mais duas junto com Kanye West e Jay-Z pela sua participação em “No Church In The Wild” (Melhor Colaboração de Rap/Cantada e Melhor Clipe).
Na cola Frank, mais um monte de nomes que, mesmo sendo de majors ou tendo acordos de distribuição nessa linha, poderiam ser considerados indies – algo que, julgo eu, se deve muito a continuação do clima indies-grandes dos últimos Grammys com as vitórias do Arcade Fire (Merge/Universal) e Adele (XL/Sony). Black Keys concorre a Álbum do Ano, Performance de Rock, Canção de Rock, Álbum de Rock e Produtor do Ano para o Dan Auerbach. Já o Mumford & Sons concorre a 7 prêmios se contarmos a indicação do Markus Dravs para Produtor do Ano (ele também produziu o “Mylo Xyloto” do Coldplay). “Veterano”de Grammy, Jack White pode ganhar Álbum do Ano, Álbum de Rock e Canção de Rock. Além desses, tem Fun. (lembra que o cara surgiu no The Format?), Gotye, Alabama Shakes (incluindo Melhor Novo Artista), Florence And The Machine, Muse, Arcade Fire (por “Hunger Games”), M83 e até um Dirty Projectors escondido na categoria de Melhor Embalagem de CD (sim). Grammindie, vai dizer.
Entre os grandes do mercado, nada muito imprevisível e quase tudo justo: “We Are Never Ever Getting Back Together” da Taylor Swift para Gravação do Ano, “Call Me Maybe” apenas em Canção do Ano (WTF); Miguel, Chris Brown, Drake, Kanye West, Jay-Z, Flo Rida e Nas dominando as categorias rap/r&b; um outro Bruce Springsteen deslocado; Rihanna aqui e ali (mas nada de Gravação do Ano para “We Found Love”); e, enfim, Kelly Clarkson concorrendo aos dois dos três maiores prêmios do ano (WHYYYYYY?).
Pessoalmente, a ausência mais sentida é a do “Take Care” do Drake como Álbum do Ano, um dos melhores lançamentos do ano passado e com cara de Grammy. Ficaria bem melhor no lugar do disco do Fun. ou do Mumford & Suns (ou até do Jack White). Apenas duas indicações para “Climax” do Usher, um dos grandes singles do ano, e nada para Fiona Apple. E para todo mundo com termômetro do hype na mão, nenhuma indicação para Lana Del Rey (nem “Video Games”, para nada), nem para Azealia Banks.
É interessante perceber a (louvável) atitude da Academia em esnobar bonito quase todo mundo que tentou forçar uma indicação ao colocando o lançamento no álbum no fim de setembro: nada para Green Day, No Doubt, The Killers, Nelly Furtado e quase nada para Pink, “Cruel Summer” e Muse. E também um bom tapa na cara dos dois maiores lançamentos (ruins) da indústria dentro do período de votação: Justin Bieber e Nicki Minaj. Beliebers e Barbz choram.
Veja os indicados aos prêmios gerais abaixo e a lista completa no site do Grammy.
ÁLBUM DO ANO
The Black Keys – “El Camino”
Frank Ocean – “Channel Orange”
Fun. – “Some Nights”
Jack White – “Blunderbuss”
Mumford & Sons – “Babel”
GRAVAÇÃO DO ANO
“Lonely Boy” – The Black Keys
“Stronger (What Doesn’t Kill You)” – Kelly Clarkson
“We Are Young” – Fun. feat. Janelle Monáe
“Somebody That I Used To Know” – Gotye
“Thinkin Bout You” – Frank Ocean
“We Are Never Ever Getting Back Together” – Taylor Swift
CANÇÃO DO ANO
“Call Me Maybe” – Carly Rae Jepsen
“The A Team” – Eddie Sheran
“Adorn” – Miguel
“Stronger (What Doesn’t Kill You)” – Kelly Clarkson
“We Are Young” – Fun. feat. Janelle Monáe
ARTISTA REVELAÇÃO
Alabana Shakes
Frank Ocean
Fun.
The Lumineers
Hunter Hayes