Banda Calypso | Eternos Namorados

É uma besteira começar texto fazendo trocadilhos com o nome do álbum. Não quero parecer jornalista carioca que usa esse expediente para falar mal do disco do Jorge Vercilo. Mas, confesso a vocês, aqui pode ser válido.

O 18° disco da Banda Calypso se chama “Eternos Namorados” e nada pode ser mais broxante do que tentar amar pra sempre quando o seu público vai pra amar no hoje. É um disco pro tiozão comprar no camelô. Não há nenhum apelo nesse novo álbum desses que, talvez, ainda sejam os maiores popstars do Brasil.

Obviamente, esse disco não importa pro Calypso. Aliás, pra marca Calypso®™ que sobrevive dos shows, da banda, dos mitos que criaram. Mas vamos lá: “The End” abre (!) o disco e é a única música mais destacada de “Eternos Namorados”, principalmente pela letra que, entre um lamento e outro, diz: “Nem my love, nem my life /Eu não quero mais saber das suas juras de amor (…) Baby, don’t cry tonight / Mas se chorar não pense que seu drama vai me iludir (…) Se você não entendeu o que eu falei /Vai pra Londres aprender falar inglês”. Além disso, a música tem uma quebradinha de andamento que é sensacional.

Fora isso, nem Amado Batista, em “Quem Ama Não Deixa de Amar”, deixa o CD com cara de algo feito pra ser sucesso. Isso sem contar a lastimável “Me Beija Agora” que é descaradamente cópia da sequência de acordes que embala tanto “Dança Kuduro” (Don Omar/Latino & Daddy Call/Robson Moura & Lino Crizz), “Amo Noite e Dia” (Jorge & Mateus) e “Balada Boa” (Gusttavo Lima). Uma banda do status do Calypso não pode se dar ao luxo de ser mediocre. “Me Beija Agora” é a prova de que ligaram o botãozinho e o Calypso quase antecipador de 2005 ficou mesmo no passado. A nota boa: a voz de Joelma, para delírio invejoso de quem não aceita a loura como uma ídola da música brasileira, está melhor do que nunca; pena que cantando tanta coisa ruim embalada pela guitarra chocha de seu marido Chimbinha.