Errei na avaliação do primeiro single de Ludmilla. Não preciso, no entanto, me redimir das palavras que fiz para a resenha — ainda creio que “Sem Querer” é uma música que segue na esteira de Anitta. Convenhamos, um caminho já pisado e arruinado. Me arrrependo pois, uma vez no registro oficial “Fala Mal de Mim” (um EP de quase 15 minutos), “Sem Querer” não parece um erro tão grotesco.

Em primeiro lugar, apesar do atraso anitesco que permeia a produção das cinco músicas do EP, está claro a força do verbo e da voz da ex-MC Beyoncé. Não importa muito, então, que se tire a batida funk que sacudia originalmente o hit “Fala Mal de Mim”. E quando o carimbo não sai nem com muita força de vontade dos empresários que regem com louvor o mainstream brasileiro é porque a parada é boa.

Mas não tem muito carisma que sustente essa obsessão das gravadoras em chegar atrasado. Qualquer ideia de jerico seria melhor do que gastar dinheiro com músicas que poderiam ser lado-B do cancioneiro da dona de “Show das Poderosas”. Põe a menina numa vibe indie-jazzy-soul e transforme-a na Solange (já que Anitta tenta a todo custo ser a verdadeira Beyoncé). Não seria genialmente pilantra? Mas não. Ao que parece, copiar tudo o que já foi feito de errado no pop brasileiro é a grande solução.