The xx | Coexist

The xx

Coexist

[Young Turks; 2012]

5.6

ENCONTRE: iTunes

por Túlio Brasil; 24/08/2012

O The xx provou que existia uma demanda reprimida por “pouco”. Pouco como minimalismo, som baixo, intimista e revelador nos seus detalhes. Com um ótimo debut, eles estouraram apostando nestes esquetes delicados (ouça “Islands” e “Crystalized“). O novo álbum “Coexist” vem para segurar a banda a qual o público espera pouco como muito. Objetivo alcançado. Mas o foco deveria ser outro.

Não há um fluxo muito claro em “Coexist”. A insistência no 2-step garage, vertente eletrônica londrina “pré-dubstep”, mostra que a banda decidiu ser fidedigna demais a sua caricatura. Armados de uma batida seca incessante, voz sussurrada em atmosfera sexy; o xx criou em “Coexist” um loop interminável de ideias restritas.

O início com a exímia “Angels”, a leve tensão de “Fiction”, e os acertos nos graves enxugados no silêncio em “Tides” aproveitam as qualidades da banda. Pontuam com o estilo levantado para si, faixas reafirmadoras do formato como matriz de boas canções. Essas disfarçam o conjunto, porque não dá para negar que o disco é excessivamente regular.

Percebe-se um receio tão grande de manter uma “identidade” que as faixas do álbum se referenciam umas nas outras. Um pé-atrás que a impede de explorar mais a própria sonoridade desejada. Nota-se temas parecidos e convenções nos graves repetidas em excesso. Elementos tidos como característicos do xx, e diga-se, sem nenhuma bronca aqui, pouco originais. Se na sua estreia o xx era puro Young Marble Giants, “Coexist” pega carona em Burial também.

“Coexist” é o álbum ideal para quem esperava o “novo álbum” do The xx, mas não é o melhor para o xx. Presa em seus micro-conceitos, a banda fica aquém das possibilidades sem deixar-se totalmente desacreditar.