Tove Lo | Habits

Falar da excelência da Suécia no pop é provavelmente a coisa mais clichê que os poptimistas de plantão podem fazer e, como todo bom clichê, esse tipo de afirmação se basea num tanto de verdade. Os exemplos que confirmam estão espalhados pelas décadas (ABBA, Neneh Cherry, Roxette, Cardigans), incluindo a última (Robyn, Lykke Li, Air France, Little Dragon, The Knife etc) e a nossa, que ganha agora a novata Tove Lo. Aos 24 anos, a moça é uma ex-vocalista de banda indie com apenas um outro single solo (“Love Ballad”) tão esquecível quanto outros tantos no currículo. “Habits”, no entanto, é boa no nível de inventar carreiras. A batida cheia de ecos e os “ahnn ahnn” dos primeiros segundos remetam a uma cópia barata Lykke Li, só que “Habits” é mais (boca) suja e menos artsy que qualquer momento da compatriota. Com uma voz potente e cheia de drama, Tove Lo mira na jugular e acerta: a canção passa como um longo refrão, grudento, furioso e apaixonante. Me faz pensar em outro clichê, diz que grande canções pop são toda uma vida (bem ruim para Tove Lo, parece) condensada em 3 minutos. “Habits” faz esse soar perfeitamente verdadeiro também.