Quando o segundo refrão de “Imergir” surgiu, tal qual o Yuri tinha previsto, foi impossível ficar inerte. Na verdade, foi difícil ficar inerte durante quase toda a primeira apresentação do SILVA, projeto do capixaba Lúcio Souza, que ao vivo é acompanhado pelo produtor Lucas Paiva, mais um baterista e um baixista. O clima era insuportavelmente quente na Comuna, casa em Botafogo que abrigava o show, mas nem isso impediu que Lúcio passasse quase sem problemas por seu primeiro show.
O público era de convertidos e isso garantiu ao show aquela sensação “isso está realmente acontecendo” que tanto se busca numa apresentação ao vivo. Quem estava temeroso com a transposição das canções do EP de estreia do SILVA para o palco, pode ficar tranquilo que a banda (ou seria o projeto? ou o artista? não dá para saber) trouxe as todas perfeições e imperfeições do estúdio. Tanto as músicas velhas, quanto a inéditas guardam aquele apreço por texturas que tanto aparece no disco, mas soam mais vibrantes e arejadas, como se pedissem um lugar até maior que o segundo andar da Comuna (o Sónar parece perfeito).
Ao mesmo tempo, não deixa de ser um tanto broxante ver que ao vivo a música do SILVA ainda esconde sobre camadas de teclado, syths e samples a voz de Lúcio, coisa que chamava atenção de primeira na demo de “A Visita” que circulava no MySpace bem antes dele se chamar SILVA. A faixa, aliás, foi a mais cantada por quem foi prestigiar a estreia de projeto, fazendo frente até ao “hit” “12 De Maio”, cantado duas vezes durante o show.
Além das 5 do EP, rolaram três inéditas – “Moletom”, “Posso” e a minha preferida “2012” – faixas que devem estar no próximo EP do SILVA ou até no disco de estreia que ele promete ainda para esse ano. Ouça abaixo em qualidade de celular:
SILVA faz um segundo show no Rio de Janeiro nesse domingo (04), na Comuna. Apesar dos organizadores terem prometido um ar condicionado para essa segunda apresentação, é recomendável ir com a roupa mais fresca possível e pensar seriamente em carregar um abanador. Mais informações aqui.
“Moletom”
“Posso”(título provisório)
“2012”