The Big Pink | Future This

The Big Pink

Future This

[4AD; 2012]

5.0

ENCONTRE: Site Oficial

por Túlio Brasil; 28/01/2012

De uma maneira canhestra, o Big Pink faz seus esforços para ser uma banda pop. Na essência, com algum ruído, mas também com um ar facilmente identificável nas mais tocadas de uma rádio FM jovem. Isso diferencia a banda de uma legião de adoradores de um estilo retrô, e que se propõem a criar um disco típico de época passada. Em seu primeiro álbum, “A Brief History of Love” (2009), o single “Dominos” deve ter rendido uma satisfação especial à banda por receber uma versão de Nicki Minaj, representante do primeiro escalão da música comercial. Um reconhecimento claro do formato que o som induz além das microfonias ocasionais.

“Future This” é mais um passo do Big Pink conceitualmente pop. Filtros jogados sobre a voz, o som sintético, batidas em tempos rápidos. Parece um remix de um hit qualquer, mas é um produto assim pensado. Transformar o “abjeto das FMs” na meta para a construção de um álbum que naturalmente não tem os mesmos fins daqueles hitmakers é o maior trunfo do Big Pink, mas a péssima coordenação do pastiche com a veia autoral da banda neutraliza as pretensões.

O ponto não é a presença ou ausência de uma autenticidade plena, e sim como o artista se equilibra entre as duas variáveis para criar. Se era para soar artificial com exageros de pós-produção, nenhum problema. Porém ao concentrar os esforços nessa fase posterior, o Big Pink esqueceu de moldar o básico de suas músicas. Falta um grave com mais presença, marcador de guinada no som. “Hit the Ground (Superman)”, primeiro single, passa batido. Fica-se com a impressão de ouvir outra coisa além da música, uma camada superior que diminui todo resto.

Esse sentimento prevalece em quase todo disco. “Give It Up” começa com um sample e sugere uma tonalidade diferente, mas logo a simulação continua. O que se escuta é um produto oco com uma bela embalagem. Dentro do senão, algumas faixas são dão certo como “Rubbernecking” e “Jump Music”. Mas tomara que ser um Foster The People não seja o objetivo da banda. Com um pouco mais de atenção um álbum melhor é possível, dessa vez não deu.