Madonna | Give Me All Your Luvin’ (Feat. M.I.A. & Nicki Minaj)

Madonna

Give Me All Your Luvin’ (Feat. M.I.A. & Nicki Minaj)

[Universal; 2012]

6

por Livio Vilela; 10/02/2012

Há uma grande diferença entre “Give Me All Your Luvin’” e a última vez que Madonna foi vista acompanhada, em “Hard Candy”. Só uma olhada nos clipes – usaremos “4 Minutes”, primeiro single do álbum de 2008 como referência – para vermos quem realmente está no controle nas duas situações. Justin divide a atenção da câmera até se enrosca com a própria Madonna. Já Nicki Minaj e M.I.A., tal qual bibelôs de luxo, apenas chacoalham pompons ao fundo.

Foi com bastante empolgação que o mundo recebeu, em 2007, a notícia que Madonna estava gravando com Justin Timberlake, Timbaland, Kanye e Pharell, a suprema corte do pop mundial naquela época. O resultado, no entanto, foi bem diferente do que se esperava. Havia um certo ar de vergonha alheia por todo lado, a medida em que Madonna, tal qual uma bitch qualquer, fazia metáforas sobre doces, lambidas, coisas “duronas” e todo aquele tipo de insinuação sexual característica do pop americano da virada do século. Madonna já foi tudo e já foi mais puta do que qualquer uma, mas naquele momento ela parecia apenas confusa e usada, como uma menininha descartável qualquer.

A boa notícia – e essa realmente era difícil de esperar – é que em “Give Me All Your Luvin’” Madonna está quase todo tempo no controle da situação. A faixa usa velhas cartas marcadas, mas depois de uma década marcada mais por erros (“American Life”, “Hard Candy” e “Celebration”) do que acertos (boa parte do “Confessions”), Madge finalmente voltou a jogar do jeito que sabe, mesmo que não esteja no auge da sua forma.

O mérito é dela e do produtor Martin Solveig, que entende que a melhor forma de trabalhar com Madonna é transformando ideias suas em coisas dela (“Hello”, single lançado por ele com o Dragonette é a espinha dorsal de “GMAYL”). A batida jovial encaixa bem na voz da cinquentona e, de fato, soa diferente de tudo que está nas paradas, o que dá à Madonna, em parte, o direito de escrever versos como “Todos os discos soam iguais / Você tem que entrar no meu mundo”, mesmo que o polêmico “L-U-V / Madonna!” de 2012 seja tão deliciosamente óbvio quanto o “Holiday / Celebrate” de 1983.